quarta-feira, 26 de dezembro de 2018

Natalinos

Já diz uma canção, que muito cantarolei, que toda promessa passa pelo teste do tempo. Só temos que saber esperar. E confiar. Confiar. Confiar.
O Natal é assim. É o cumprimento de uma linda promessa de Deus. O nascimento de Jesus não só configura a vinda da personalidade mais emblemática da humanidade como de tudo o que Ele trouxe consigo.
Não ouso aqui datar o nascimento de Cristo. Teólogos se debatem para comprovar se foi em dezembro ou em abril, devido às condições climáticas e tantos outros sinais.
Sinceridade? Pouco me importa a data. Importa-me o que Ele veio e, naquela manjedoura, começou a trilhar novos e diferentes caminhos, não só para si, mas para mim e para todos nós.
A religião não tem como limitar o Natalino. Independentemente do credo, ou se não há credo algum, o Espírito Natalino contagia o mundo inteiro.
É nesta época que nos empenhamos para estar em família, a arrumar a casa, a trocar presentes, a perdoar contendas do ano inteiro, a nos abraçarmos e a expressarmos mais compaixão.
E a humildade do menino de José e Maria? Suas lições de renúncia, de empatia e de amor incondicional ressoam em todo o mundo, simplesmente porque Ele passou por aqui.
Foi um rei entre os pobres. Um mestre entre os indoutos. Acolheu quem não o aceitava. Generoso, ensinou que mais vale servir do que ser servido. Sensível, ensinou que é bom sempre considerar o próximo superior a nós mesmos. Apaixonado, morreu por amar demais.
E o que o Espírito Natalino é? Muito. Muito mais do que diferentes convicções podem ser. É unânime. É perfumado. Traz paz. Irradia luz. Dá cor aos nossos dias tão sombrios.
Que bom é ter esse tempo para consertar tantas coisas que ficaram perdidas durante o ano. Não importa se é só agora. Importa-nos é sermos como Ele, Natalinos.
"Porque um menino nos nasceu. E Ele será chamado Maravilhoso, Conselheiro, Deus Poderoso, Pai Eterno, Príncipe da Paz". (Isaías 9.6)
Feliz Natal! Feliz Natal! Feliz Natal!

sexta-feira, 17 de agosto de 2018

"Quem faz tudo, não faz nada"

Uma professora me disse isso, referindo-se a pessoas que são ativas, dizem sim, abraçam atividades e que adoram ajudar todo mundo. Logo pensei o quanto tanta disposição é legal. Afinal, há tanta gente que nunca pode fazer nada. Poder contar com quem logo levanta a mão e vai é ótimo. Só que não!


Demorou uns dias (tá, eu tenho um atraso para entender indiretas) para eu perceber que aquela querida mestra referia-se a mim também. Gentilmente e com sutileza, quis aconselhar-me ou, fazer-me entender que não havia condições humanas para fazer tudo o que eu me comprometia a cumprir. Basta perguntarem: "Alguém pode?" Lá estava eu com o braço levantado pronta e feliz em executar mais uma missão.

Não é segredo para ninguém o quanto preciso de mentoreamento. Se me deixarem por conta, a coisa fica difícil de controlar. Apaixonada, intensa e proativa, quero resolver o mundo e algumas vezes (confesso) a vida alheia. Conselhos, exemplos, ações que podem fazer bem para outros são fichinha na minha agenda emocional.

Mas falemos disso outro dia. Talvez amanhã. Cá estou eu misturando as estações. E quem escreve a respeito de tudo, deixa a mensagem vazia, confusa e no ar.

Então! Vamos lá! Pego roupas para dobrar, mas logo quero pintar a unha (o que não combina muito, né?) Convenhamos. Então, deixo a roupa para quando a unha secar e saio sem a roupa dobrada e com a unha sem esmalte.

Desde que comecei o texto, já fiz chimarrão, levei o cachorro para passear e cortei fruta. (Socorro!)

Ontem me inscrevi em um curso online e estou escolhendo a segunda graduação. Não terminei a primeira pós, falta o artigo final, e já estou de olho na próxima. Cá fujo do assunto de novo.

Conciliar trabalho, estudo, casa, amigos e família não é uma tarefa incomun. Todo mundo passa por isso e passa muito bem, obrigado. O problema é não acabar uma atividade, não concluir e fazer buracos na água.

O nocivo é estar em ação o tempo todo sem concluir tarefa alguma. É ter vários assuntos "meio" resolvidos. Metade da roupa dobrada, metade da unha feita, almoço quase pronto, orações sem profundidade, conversas sem concluir, correria.

Também já fui em duas festas na mesma noite. Um pouco em cada para não descontentar ninguém. Resultado? Não aproveitei nenhuma, cansei e não desfrutei da companhia de nenhuma dos anfitriões.

Não falo de irresponsabilidade. Falo de correria, de metades, de falta de prioridade. Não é deixar trabalho sem concluir, mas deixar pequenas coisas começadas, com saudades de mim.

Depois da conversa com aquela professora, já melhorei bastante. No trabalho também aprendi que se não dou conta, é só avisar. Pedir ajuda e dizer não consigo fazer sozinho é sinal de humildade, ou melhor, de humildade. Aliás, onde trabalho é comum oferecer ajuda e pedir socorro quando a coisa tá apertada. Muito bom! Libertador!

Para encerrar. Humildade e orgulho anda bem pertinho um do outro, tá? A "humildade" em querer abraçar tudo pode ser um sinal de necessidade de aceitação. Em contrapartida, não assumir que não pode ou que não consegue é orgulho. É soberba. E nem sempre ser herói do cotidiano é sinal de vida.

Luisa Neves entrelivrosechimarrão

"Seja a vossa moderação conhecida de todos. Perto está o Senhor". Filipenses 4.5










quinta-feira, 16 de agosto de 2018

Apagar e fazer de novo. Por que não?


A gente aprende cedo que desistir é feio. Que não se pode retroceder. Desistir é covardia. Aconteça o que acontecer na caminhada, não se pode parar. Pois bem. Se perguntarmos aqui o que faríamos se pudéssemos voltar um pouco no tempo e reviver situações antigas, o que faríamos? 

O que hoje diríamos diante de situações nas quais poderíamos ter feito diferente? Será que aproveitaríamos melhor viagens, passeios e a companhia das pessoas que estão longe ou que já se foram?

Pois é. Poderíamos falar muito a esse respeito. Teríamos lindas e poderosas reflexões que nos fariam crescer e olhar as situações de hoje de maneira diferente. Mas quero deter-me em outro ponto. Já que não podemos voltar no tempo, tampouco atrasar o relógio, não podemos desistir de algumas coisas hoje mesmo e fazê-las diferente? Pelo menos algumas? Uma pequena dose de covardia, ou melhor, de coragem para voltar atrás, pode ser um alívio mais adiante.


Não é segredo para ninguém o quanto não sou adepta dos cálculos e das exatas. Mesmo assim, tenho a Matemática como uma professora de vida. Afinal, sei bem o quanto apagar um cálculo que está dando errado é necessário para poder acertar no final. A gente apaga, apaga, apaga e faz tudo de novo. Ou seja, a conta tem que fechar. Não tem jeito.

Só que nas situações da vida (que são inexatas, diga-se de passagem), a gente insiste, entrega a conta feita e depois só tem que lidar com as consequências. Só que neste caso, a reprovação pode ser dolorida. 

Tá. Eu também digo que não vou desistir, que a vitória vem depois da luta, que precisamos persistir porque tudo se ajeita. Só que hoje, especificamente neste manhã, abri um livro que elucidou esta questão para mim.

"Todos nós desejamos progredir. Mas o progresso significa chegar mais perto de onde você deseja estar, contudo, se você tomou um atalho errado, então seguir em frente não vai levá-lo mais perto. Se você estiver no caminho errado, o progresso significará dar meia volta e retornar ao caminho certo; e nesse caso, a pessoa que voltar atrás mais rápido também será a mais progressista". C. S. Lewis, no Cristianismo Puro e Simples, p. 59-60


Então... Se há sofrimento, decepções e mais dor do que edificação, pode ser uma sinal de que precisamos encontrar uma maneira de voltar e recomeçar. Pode ser um sinal errado. O tal do mais (+) com o menos (-), um número, um detalhe apenas. Que tal hoje, apagar e escrever tudo de novo?

Olha só. Só não pode retroceder da fé. Por que sem essa, a reprovação é certa e a vida perde o sentido.

 "Mas o justo viverá pela fé! Contudo, se retroceder, minha alma não se agradará dele". (Hebreus 10.38) 😉

Luisa Neves, entre livros e chimarrão

quarta-feira, 23 de maio de 2018

Se compreender melhor o caminho que me irrita, vou trocar de rua antes de me deparar com o contragosto


É incrível... tá, é crível mesmo, o tempo em que gastamos para aprendermos a nos relacionar com outras pessoas. Procuramos em outras pessoas amigos e colegas compatíveis. Alguns por terem as mesmas preferências, faixa etária e assuntos em comum. Há também as ligações que se dão justamente pelas diferenças. Assim, ajustamo-nos como peças de quebra-cabeças e até nos divertimos com os extremos. Minha amiga adora cozinhar. Eu escrever. Saio de casa só para experimentar um sushi. Minha amiga é louca por cachorro quente.

O assunto está bom, mas não é sobre isso que quero escrever.


Minha intenção nessa manhã gelada, 9º no Sul do Brasil, é discorrer sobre a necessidade de nos relacionarmos com a pessoinha que a gente vê no espelho todos os dias. O fato é meus amigos que enquanto não compreendermos nossas verdadeiras e, muitaaaas vezes, escondidas intenções, será demasiado difícil conhecermos os outros.

É verdade que procuramos relacionamentos que nos preencham lacunas. Não venha dizer que não tem expectativa com os outros porque não vou acreditar. Não vou mesmo. Pode até ser nossas vidas não transcorram de acordo com as reações alheias. Entretanto, esperamos respostas o tempo todo, sejam elas com esperança ou já prevendo que o indesejável pode acontecer. Mas, quase tudo transcorre na vida de acordo com a reação de quem convive conosco.

Assumo aqui minha dependência de amigos, colegas e familiares. Gosto que me ouçam, gosto de ouvir. Gosto de agradar, estender a mão e espero um carinhoso "oi, Lu, que saudade". No entanto, tenho aprendido (e ainda falta muito) que preciso me conhecer, saber do que mais gosto, evitar o que me irrita e tentar medir e prever minhas reações.

Se eu me conhecer, não vou sujeitar aos que convivem comigo aos meus rompantes, momentos de chateações, desabafos amargos e críticas constantes. Se eu realmente saber o que quero, não estarei de mau humor por estar diante de alguém ou situação, correndo o risco de estragar a festa do outro (preciso falar a respeito disso em outro post).

Se realmente souber como vou reagir diante de um presente, posso ajudar quem vai me oferecer um mimo. Se compreender melhor o caminho que me irrita, vou trocar de rua antes de me deparar com o contragosto.


De nada adianta livros sobre as trocentas dicas de relacionamento se eu não conhecer a principal pessoa que pode colocar tudo a perder a qualquer momento: euzinha.

O autoconhecimento pode ser doloroso. Podemos nos deparar com uma pessoa arrogante, egoísta e chata. Mas, há ventos bons aqui. Pode ser que estejamos de frente do melhor de nós que esta escondido por autodefesa, decepção e medo.

Relacionar-se com o outro vai depender muito, mas muito mesmo, do nosso autoconhecimento. Não está bem? Diga não! Não vá a festa. Faça terapia. Busque a Deus. Faça uma oração. Envolva-se consigo. Faça as unhas. Coloque um tênis, vá correr. Corra muito. Dance na sala. Sozinho. Cuide das plantas. Deite e coloque os pés na parede.

Só depois de tudo isso, saia de casa e seja um bom relacionamento para outros. Ninguém. Ninguém mesmo pode ser refém das nossas mazelas. Adocemos-nos para não azedarmos o outro.

E vamos que vamos!

"Acima de tudo, guarde o seu coração, pois dele depende toda a sua vida". Provérbios 14.23


Luisa Neves, jornalista, dependente de Deus, tentando ser uma pessoa melhor


sexta-feira, 11 de maio de 2018

Eu, outono!


Todo mundo sabe da minha quedinha pelo frio e, por incrível que pareça, pelos dias chuvosos. Há uma beleza nestes dias que muitos, seduzidos pelos raios de sol, não conseguem enxergar. Tá bem que o sol é o sol. Não há o que se discutir. Insisto, porém, em atentar para as outras belezas, como de uma folha caída e uma árvore que parece estar pensativa, com ares de retrospectiva e amadurecimento, grata por sobreviver a raios tão lindos, mas intensos a ponto de deixar queimaduras e marcas de ressecamento. Pois bem...

O outono, diga-se de passagem anda um tanto que inconstante ultimamente. Uma hora é sol, outra é chuva, insiste em não esfriar, mas quando o faz é extremista, radical, exageradinho... Já que é para esfriar, pronto. Que seja de verdade, então. Procuramos casaco, enchemos a cama de cobertas e compramos botas novas. No outro dia, nossa estação bipolar prega-nos uma peça: 32º em pleno abril ou maio.

O outono é assim. Empolga-se rápido. Faz planos, estabelece metas, comemora o dia feliz, ri de qualquer coisa. Mas, por dentro, ele sabe a que veio. Precisa provocar amadurecimento nas frutas, adoçá-las e preparar a grama para a geada que vem pela frente. Para exercer suas doces funções, precisa derrubar folhas e vê-las pisadas e jogadas ao lixo todos os dias. Afinal, nas fotografias folhas caídas são lindas. No mais, incomodam. Precisam ser jogadas fora.
Como em um soprar de vento lá está o outono. Agora encolhido, nublado. Quer ficar só. Pensa que toda aquela empolgação não valeu de nada. Que o bom é seguir a vida sem aparecer. Ser a mais sozinha das estações pode ser bom. Deixar a neve do inverno, o sol do verão e as flores da primavera terem todo o trabalho traz um pouco de alívio. Assim, trabalha-se quietinho e muitas vezes passa até despercebido.

Há ainda os dias chuvosos de outono. Tanta reflexão e responsabilidade faz a estação chorar. Pode ser de cansaço apenas. Ou é o jeito de desabafar, introspectivo, sem deixar de ser dramático. Coisas do outono...
Mas é bom estar com o outono. É uma companhia amena, sem deixar de ser intensa. Há quem diga que é a melhor estação para dormir, ler um livro ou viajar.
É bom saber que o outono sempre chega. ...

Luisa Neves
Jornalista, mãe do Isaque e do Samuel, e que adora dia de chuva

segunda-feira, 7 de maio de 2018

Quem eu sou? Quem tu és?


Certa vez fui convidada para um encontro de mulheres, desses com palestras e troca de experiências. Estava tudo muito bem, embora eu seja meio às avessas com encontros cuti cutis. Não, não estou de mau humor. É que a minha praticidade contraria algumas delicadezas.

Estava eu lá, pronta a participar do encontro e me perguntaram: "Como te apresento"? De imediato, respondi: "Meu nome é Luisa. Pode me apresentar assim mesmo".

Um tanto que perplexa, a pessoa, educadamente, respondeu que teria que mencionar meu cargo, formação, sei lá mais o quê. Tudo bem, porém eu ainda era (tardiamente) estudante de Jornalismo. Na hora, ajeitamos algo bonitinho para dizer. Acho que ficou a contento.

Bom, mas o que quero dizer é que somos mais do que aquilo que fazemos. Roubo esse pensamento de um artigo que li nesta manhã.  Leia no link abaixo, faz um favor. Depois não diz que fiz plágio.

Você não é o que você faz

Até quando seremos separados, vistos por aquilo que nos designa exteriormente. Claro que agricultor tem cabeça de agricultor, jornalista de jornalista, médico de médico. Insisto. Somos mais do que isto. Somos filhos de alguém, gostamos de abóbora (éca), fizemos maratona na Netflix, corremos todos os dias (quem dera), choramos à toa (eu, sempre).

Então, nada de perspectivas. O seu João da padaria nem sempre está feliz por acordar às 5h para amassar pão. Antes de ser padeiro, ele é o João que não sabe onde deixou a carteira ontem. Por isso, o mau humor logo cedo.

A Milene do xerox brigou com o namorado. Está de óculos escuros em plena luz do dia porque chorou. Não, ela não é sem noção.

O chefe. Ah! O chefe. Quem manda você ser o primeiro a aparecer na frente dele justamente quando recebeu um telefonema do laboratório pedindo que voltasse lá com urgência.

Sendo assim, não somos o que fazemos. Pelo menos, não só o que fazemos... Temos essência. Somos o que somos. Reservo-me o direito de ser o que sou. Claro, sem impôr meus defeitos aos meus amigos. Aliás, este assunto rende também. Mas não hoje. Quem sabe amanhã?

Luisa Neves, jornalista, casada com Lusardo e mãe de Isaque e Samuel. Tem ainda o Benjamin, o salsicha que dizem que é cachorro...


O tal brilho no olho

Já ouvi várias vezes a respeito da importância do tal brilho no olho. Tem que ter brilho no olho para isso e para aquilo. O brilho no olho é que define a motivação, a força de vontade e a disposição para trabalhar, fazer compras, etc e tal. É o que dizem.

Por birra mesmo ou talvez por esse meu senso crítico que me consome, muito mais autocrítico, não gosto da "cobrança"de que o olho tem que brilhar e brilhar. Não gosto porque não gosto. Ou porque meu olho nem sempre brilha mesmo que esteja entusiasmada com algo.

O tempo e a uva

Amooo o meu trabalho! Minha família é cuti cuti. Mas pronto, sou introspectiva. Falante, mas introspectiva. Vivo cada instante com profundidade, porém, atenta no que vem depois. Nem sempre (quase nunca) vibro para demonstrar felicidade. E olha que tenho muito a agradecer. Meu olhar lê o tempo todo. Leio lugares, leio conversas, leio ocasiões. Meu olho brilha de outro jeito.
A justificativa estaria muito linda se não fosse um detalhe: os outros. Esses que precisam ver em mim o brilho no olho. Confesso que ontem pedi a Deus que me desse o tal e bendito "brilho". Porque sem o brilho no olho parece que a gente está entupido, bravo, de má vontade.

Tudo bem que não estejamos sempre igual a torcida que vibra a cada vitória do time. Ainda assim, não dá para negar que com bom humor à volta o dia fica bem melhor. Mas, quem disse que sem "o brilho no olho" alguém está de mau humor?

É só chegar perto, puxar a cadeira, iniciar o assunto. Daí a gente vê que profundidade, alegria e motivação nem sempre estão aparente aos olhos. Estão guardadas no coração.

"E tudo o quanto fizer, faça de coração". Colossenses 3.23