sábado, 30 de novembro de 2013


segunda-feira, 25 de novembro de 2013

Comportamento do pedestre no trânsito - Você é precioso para sua família e para Deus. Cuide-se!

                 Dias atrás saí para caminhar e fiquei assustada com as loucuras do trânsito da minha cidade. Mas não é do motorista que quero reclamar. É do pedestre. Gente, eu acho que algumas pessoas saem de casa com a intenção de se matar. Só pode ser. Abaixo, leia o trecho de um trabalho que fiz para a disciplina de História do Jornalismo. Vamos refletir juntos sobre o papel de quem anda a pé e é a principal vítima em caso de acidentes.

            A consciência de responsabilidade no trânsito deve partir tanto dos motoristas quantos dos pedestres. Ao observar uma hora no centro de Santa Maria, o cidadão verá as loucuras que os transeuntes fazem ao atravessar a rua. Atravessam na diagonal, não olham para os lados, desrespeitam o sinal verde, ignoram a faixa de segurança. Alguns nem andam nas calçadas, preferem andar na pista dos carros e ônibus.

Para a acadêmica de Direito, Jenifer Candaten, 32 anos, a campanha pé na faixa conscientizou o motorista, mas o pedestre relaxou com a própria segurança por pensar que atenção e cuidado é obrigação só do condutor de veículos. “Muitas vezes estamos na faixa perto do Trevo da Uglione, onde é permitido uma velocidade mais alta, 70 a 80km por hora. Os pedestres simplesmente atravessam sem olhar e, o que é pior, sem esperar a gente reduzir a velocidade. Já tive que freiar bruscamente colocando em risco a vida das crianças dentro do carro para não atropelar uma pessoa”, comenta.

Segundo Jenifer, a educação no trânsito deve começar na infância, pois muitos pedestres não colaboram, não prestam atenção. “Deveria haver campanhas de conscientização para quem anda a pé também. Minha mãe me ensinou desde pequena a não passar por trás do ônibus e hoje eu passo esse ensinamento para os meus filhos”, lembra.


“Se o motorista não pode dirigir falando no celular, o pedestre também não pode andar nas ruas distraído com telefones, ipods e afins”, afirma a bacharel em Direito, Rossana Pinheiro, 27 anos. Segundo Rossana, que quase atropelou um rapaz que usava fones de ouvido, os dispositivos móveis distraem o pedestre. “Buzinei, mas ele não me ouviu”, conta.

Para a bacharel em Direito, o comportamento do pedestre é reflexo de sua educação a respeito do assunto. “Quando fazemos autoescola aprendemos a respeitar as leis de trânsito tanto como motoristas como transeuntes. Mas é somente nessa ocasião que somos ensinados com veemência. Seria bom se as escolas e faculdades, fizessem pelo menos uma vez por ano, campanhas de educação no trânsito”, conclui.

Preservar a vida alheia é obrigação do ser humano. Contudo, as pessoas não podem se esquecer de preservar a própria integridade física. Seja atento como motorista. Dirija com cuidado. Preserve a sua vida e a dos outros. Como pedestre, colabore, não seja imprudente ao atravessar a rua. Diminua a pressa. Diante de tanta correria, lembre-se de que a vida humana não tem preço.

Deus lhe deu uma vida. Cuide-se. Você é precioso para sua família e para o Senhor.

sexta-feira, 15 de novembro de 2013

Um estranho na caminhada


Dois homens saem do velório do amigo. Preferem ir a pé pra casa. São 11 km, mas insistem, pois precisam conversar sobre tudo o que aconteceu nos últimos dias. Não está fácil de entender. Muito menos de aceitar a morte de alguém que parecia imortal.

Há pessoas assim, que parecem imortais. Cheias de vida. Planos infinitos. Motivam a todos que convivem. Com essas sempre há possibilidades, segundas chances e expectativas. Falo dessas que teimam que a luz do fim do túnel existe, mesmo que não consigamos enxergar.

As conversas depois dos velórios são reflexivas. As pessoas saem conversando sobre a idade do falecido. Ou era muito jovem - devia ter tido oportunidade de aproveitar mais a vida. Se a idade era avançada, o discurso é: “Agora que poderia desfrutar tudo o que plantou, morreu”.

 E o tipo de morte? Esse nunca é justo. Afinal, a morte não é justa. “A morte tem que morrer.” Os acidentes são ridículos, pois não avisaram o coitado de que iriam aparecer. E as doenças? Chatas, insistentes, inoportunas.

Tinham feito planos juntos. Projetos em longo prazo. Reuniam-se nas refeições para falar do governo que estabeleceriam, Não era pouca coisa. Era um governo. Tinham simpatizantes e agregados que seguiam as ideias dele. Alguns desses já haviam pedido as contas do emprego para segui-lo.

Era um homem bom. Havia esperança em suas palavras. Conquistou a confiança de todos. Como pode morrer? Por quê? Bom, ele já estava desconfiado que tramavam a sua morte. Até tentou avisar, mas para os amigos, ele era invencível. Prenderam-no, humilharam, assassinaram na frente de todos. A esperança de um governo justo se foi junto com ele.

A caminhada depois da despedida era densa, carregada de medo e angústia. Todos os que andavam com ele estavam sob ameaça. Talvez nem conseguissem chegar em casa. Os outros estavam escondidos. As mulheres e crianças choravam. Aquele sepultamento não era apenas de um homem, mas de sonhos de justiça e provisão.

Não há alguém que possa substituí-lo. Tampouco quem dê prosseguimento aos seus ensinamentos. Ninguém ensinou como ele. Às vezes era um terno conselheiro, em outros momentos ficava bravo. Mas como não ficar com seguidores tão teimosos?

Era alegre. Preocupava-se com todos. E não é conversa de que só porque morreu virou santo. Foi um homem bom. Por isso o mataram. Foi brutalmente assassinado. Dessas brigas de 20 contra um. Mas ele não reagiu. De certa forma, sabia o que iria acontecer. Talvez os revolucionários tenham que morrer. Será que são predestinados?

No percurso um terceiro homem se aproxima. Juntou-se aos homens que continham o choro. Um mais explosivo reclamava das injustiças da vida. O outro se lembrava do falecido com uma esperança que não entendia. O terceiro homem puxa assunto, pergunta o motivo da tristeza, ouve os desabafos. É estranho como alguém na cidade não saiba dos últimos acontecimentos. Está em todos os jornais. Eles contam tudo, como se a narrativa fosse uma forma de consolo. O ouvinte mantém-se calmo, terno, não há reação em suas expressões.

O estranho começa a falar. Não entende a frustração dos dois. Fala em afastar-se e deixá-los seguirem o caminho. Mas eles insistem na companhia. Suas palavras trazem um estranho alívio. Diz que deviam estar preparados para tudo o que aconteceu. Precisavam ser fortes e continuar os planos.

Quem será este estranho? Será ele que vai dar continuidade aos planos do falecido? Será que já estava tudo combinado? Tudo o que o estranho faz e fala lembra o amigo assassinado há três dias. Definitivamente, a tristeza foi embora. A esperança reacendeu como um milagre.

Fim do percurso - resolvem dividir a janta. Na cultura desses homens, só se compartilha as refeições com os íntimos. Mas o estranho está à vontade. Eles também. A companhia é boa, seus ensinos são fortes. Suas palavras encantam.

Hora de partir o pão. O suspense acabou. Ele. Somente ele, reparte o pão dessa maneira. Como não o reconheceram antes? A dor e a tristeza os confundiram. Mas de uma coisa estavam certos, ele é imortal. Jesus ressuscitou. Agora é correr e contar para os outros. Se vão acreditar? Talvez, não. Mas isso não importa. Ele cumpriu sua promessa: “Eis que estou com vocês todos os dias, até o fim”.



Luisa Neves

*Crônica inspirada na Bíblia, mais precisamente em Mateus 24:13-35. No caminho de Emáus.



quarta-feira, 13 de novembro de 2013

Crônica: Benjamin

Todos os dias é a mesma coisa. O relógio desperta às 6h15. Ele levanta, verifica se o menino acordou, acompanha o movimento e se deita de novo, afinal, não se pode desperdiçar mais umas horinhas de sono de manhã. Ao certificar-se de que o menino arruma-se para a escola, pode voltar a repousar com tranquilidade.

Seis e meia da manhã, o menino e o pai saem. Com o barulho da batida da porta, Benjamin vê a barra limpa e resolve trocar de cama. Já pode aninhar-se no quarto do menino. Ninguém atrapalha seu intento. A mãe e o caçula ainda dormem.

Mais tarde, quando todos estão despertos, ele aguarda o momento de ir para a pracinha de brinquedos. Às vezes diverte-se sozinho, outras com a amiga de folia de todas as manhãs. Poucas vezes em grupo, já que, quando tem mais de um, brigas acontecem. Ben já saiu machucado de algumas delas. Todos correram para socorrê-lo. Chegou a perder sangue.

Mas ele é tranquilo. Gosta de estar só. De prestar atenção nos movimentos. De refletir a respeito daqueles com quem convive, mas que são diferentes dele. Muito diferentes. É complicado entender o quanto Ben ama as pessoas de sua casa, já que não entende a maioria das atitudes e reações dos pais e dos outros meninos.

Se eu pudesse testemunhar a respeito de Benjamin, digo que é fiel e doce. Não puxa brigas e quase sempre é obediente. Quase. Quando recebe ordens que não gosta fica emburrado por um tempo, mas sempre acaba cedendo. Tem personalidade, mas é de bom caráter.

E as manias? Não gosta das portas internas da casa fechadas. Deve ser claustrofóbico. Acolhe visitas com entusiasmo e faz questão de levá-las à porta quando se despedem. Faz caminhadas matinais. No inverno, rejeita as roupas grossas e pesadas. Prefere passar um pouco de frio a andar todo enrolado. Fazer o quê? Cada um com suas manias.

Hora da leitura em família. O menino lê histórias. Benjamin e o caçula escutam atentos. Um tem brinquedos nas mãos. Ben debruça-se para ouvir ou simplesmente pelo prazer da companhia. A família reunida é a sua alegria.


Lá vem o pai dizer que é hora de dormir. “Cada um na sua cama”. O caçula insiste em ficar com a mãe. O mais velho que assistir TV mais um pouco. Benjamin separa-se dos outros. Afinal, cachorros não são pessoas. Devem dormir separados. E quem sabe, daqui alguns dias, na pracinha não poderá mais brincar? Que cachorrada!




segunda-feira, 11 de novembro de 2013

"Ensina a criança no caminho que ele deve andar e ainda que for velho não se desviará dele." (Pv 22:6)

http://www.youtube.com/watch?v=WeyMO8xPj9o

Minha riqueza


É rotina aqui em casa o envolvimento dos meninos com as coisas de Deus. Eu só tenho a agradecer ao Pai por isso. Manuseiam a Bíblia. Contam histórias sobre o Deus de Israel. Decoram versículos.

O Isaque, mais compenetrado, gosta da ciência das Escrituras. Lê, reflete, ensina o irmãozinho Samuel de 6 anos. Já o Samuca, gosta dos Salmos e das músicas. Chris Duran é o seu cantor preferido.

As histórias para dormir são as da Arca de Noé, José no Egito, Ressurreição de Lázaro e a Parábola dos Talentos. Domingo, a programação da família é e sempre foi celebrar a Deus na igreja.

E os outros dias? São todos para o Senhor. Sua presença é percebida em todos os nossos atos. Nossa oração na hora das refeições terminam assim: "...e fique conosco, seja convidado principal.

Gostaria que essa publicação edificasse muitos lares. Deus, Jesus, Bíblia devem fazer parte do nosso dia a dia . Orar deve ser tão natural, quanto conversar com os amigos mais íntimos.

Muitas vezes entro no quarto dos meninos e os surpreendo compenetrados com suas Bíblias. Para eles, cada personagem é vivo e as histórias são um filme cheio de aventuras. Os ensinamentos que recebem da Palavra jamais serão esquecidos. 

Isaque e Samuel fazem "arte", são corrigidos, ficam de castigo. Às vezes acertam, outras erram. São adolescente e criança como o seus filhos, porém a oração que fiz a Deus em relação aos dois tem se cumprido: "Que sejam morada Tua, Senhor. Que sejam templo do Teu Espírito."

Erramos como pais. Não somos perfeitos. Por isso, peço ao Senhor que me dê sabedoria para criar homens segundo o coração de Deus: tementes, honrados, de uma só mulher, irrepreensíveis e livres de qualquer vício.

O Lusardo refere-se a eles assim: "Filho amado, de quem eu tenho prazer." Ao copiar as palavras do Pai Maior ao Filho Jesus,  ele declara sua benção à nossa maior herança. Enquanto escrevo, Isaque dorme e Samuel me espera, como de costume, para deitarmos juntos.

Termino esse post como comecei: "A Ti, meu Deus, agradeço pela vida dos meus filhos. Que eles, assim como Jesus, cresçam em sabedoria, graça e conhecimento. Que Tu possas morar no coração deles sempre, que tenhas prazer em habitar em seus corações." Em Nome de Jesus. Amém.

terça-feira, 5 de novembro de 2013

Canis espaçosos devem ser prioridade para criadores de cães

       Com o objetivo de preservar a saúde das crianças que frequentam as pracinhas públicas com brinquedos de Santa Maria, o projeto de lei da vereadora Anita costa Beber (PR) visa proibir a circulação de cães com seus condutores nesses locais.

            O assunto gera polêmica e por enquanto o projeto não foi aprovado - acho difícil que seja. Como mãe, frequento pracinhas. Concordo que crianças brincarem na mesma areia que os animais fazem suas necessidades é desagradável, mas o que me preocupa é a segurança das pessoas.

            Nas pracinhas, é comum que cães de grande porte e considerados perigosos sejam conduzidos sem os materiais de segurança necessários. Confesso que ao vê-los se aproximarem, dou um jeito de sair do local. Sei que já existe lei pra isso, mas é ignorada por muitos proprietários de cães.

            O projeto da vereadora Anita inclui a problemática dos cães perigosos passearem livremente. Se um cão pode atacar seu próprio dono, quem garante que não atacará pessoas estranhas? Há casos de crianças serem apenas machucadas por cães, mas também há situações de ataques caninos que levaram ao óbito. Portanto, acho o projeto da vereadora pertinente.

Quem deseja ter animais de estimação, deve preparar espaço para criá-los com liberdade, e que não ofereçam riscos às pessoas. Há quem não goste de cães, mas gostam de pracinhas. Há outros que gostam os animaizinhos, mas sentem medo. Essas pessoas devem também ser respeitadas.

Por outro lado, sou contra a criação de animais criados em correntes 24 horas por dia. Penso que isso é crueldade pura. Um canil espaçoso, limpo e seguro deve ser prioridade para criadores de cães.

Desde o dia 19 de outubro, quando ativistas entraram no Instituo Royal para resgatar os beagles, as polêmicas com os cães têm crescido e a sociedade começa a questionar até onde vão os direitos dos animais e as responsabilidades de seus donos.

            Quero dizer, como cidadã, que os dois assuntos, tanto a experiência científica com cães, como o direito deles de passearem em praças públicas representam uma demanda social e devem ser resolvidos de maneira séria e não apenas esperar a polêmica esfriar para ignorar a situação.

            As pessoas acham razoável criticar os cientistas e o projeto da vereadora. “Libertem os beagles. Deixem os cachorrinhos passearem na praça”, é o grito dos defensores dos animais. Porém, não esqueçamos que nosso direito termina quando começa o direito do outro.
Luisa Neves

Acadêmica de Jornalismo – Centro Universitário Franciscano

sexta-feira, 1 de novembro de 2013

"Para onde foi o seu amado, ó mais linda das mulheres?"

“Para onde foi o seu amado, ó mais linda das mulheres?
Diga-nos para onde foi o seu amado
E o procuraremos com você.” (Cântico dos Cânticos 6:1)



Introduzi a ministração da célula com a leitura dessa passagem bíblica. Nem sei como ela foi parar ali na reunião, visto que o tema e o versículo a serem lidos eram outros. Mas aprendi na caminhada com Deus que Ele fala o que Ele quer e quando quer. Assim, por intermédio desses versos, o Senhor falou conosco, falou comigo.

Os amantes da Palavra de Deus sabem que a noiva simboliza a igreja de Jesus. Sim, a igreja, eu e você. O noivo é o próprio Senhor Jesus, por quem ansiamos desesperadamente encontrar e celebrar as bodas do Cordeiro. Uau!

Mas o escritor dos cânticos nos questiona: “Para onde foi o seu amado?” A pergunta mexeu muito comigo, com minhas correrias e convicções. Será que não estou perdendo de vista o meu amado? Será que O tenho esquecido e deixado para falar e estar com Ele quando der?

Onde está o meu amado? Onde está o meu amado? Fica na igreja quando não estou lá? Posso levá-lo à faculdade e permitir que ouça minhas conversações? Deixo-o participar das minhas decisões? O noivo ainda está nos meus planos? A minha expectativa de estar com Ele, para sempre , está viva?

Por muito tempo uma de minhas orações mais repetidas foi: “Pai, não me deixe perdê-lo na caminhada”. Perder Jesus na caminhada não é difícil. Sabe por quê?  Porque Ele não se impõe. É gentil, educado e espera ser convidado. O Senhor está sempre perto daqueles que O buscam, mas a necessidade de Sua companhia deve ser manifestada por nós, por quem O deseja.

Assim, perdemos Jesus quando preferimos outras companhias e os objetivos espirituais deixam de ser prioridade. Enchemos nossa bagagem de tarefas e ouvimos vozes que não participam do desejo de estar com Ele. Dessa forma, não há espaço para o Noivo e, se isso acontecer, larguemos tudo e corramos para procurá-Lo.

As pessoas têm diferentes formas de invocar a presença de Jesus. Alguns O chamam de Pai. Outros de Senhor, Mestre, Rabi, Senhor meu Deus e Meu Pai, Jeová. Mas há aqueles que O chamam de Amado, Amado da minha alma. Meu Noivo.


Não importa a forma que O tratemos desde que manifestemos nosso amor e dependência. Dizer que tem saudades de Deus alegra o coração dEle. Quem não gosta de ouvir isso? Tenho saudades de ti. Perto quero estar para tocá-lo, abraçá-lo e ouvir Sua voz. No versículo seguinte o autor dos Cânticos escreve:

“O meu amado desceu ao seu jardim,
Aos canteiros de especiarias, para descansar e colher lírios.” (Cântico dos Cânticos 6:2)

Suponhamos que o jardim seja o nosso coração. O que Jesus encontraria, hoje, nesse coração? Especiarias? Que aroma teria nos compartimentos onde estão guardados todos os nossos sentimentos e aspirações? Teríamos lírios, umas das mais belas flores, para oferecer-lhe?

Nossos corações são alvos permanentes de sentimentos negativos e obscuros. Afrontas, decepções e mágoas não são lírios, portanto, não têm o direito de estar em nosso jardim. Mas se tudo isso teima em nos atingir? Através do cuidado e da intimidade com a Palavra de Deus, temos condições de arrancar as ervas daninhas. O jardim do nosso coração deve estar pronto para encontrar o Noivo.

Imagine esse encontro. Deseje esse momento. Faça planos para estar com Jesus. Cultive lírios para oferecer-lhe. Armazene especiarias, bons temperos. Tenha um sabor agradável no falar e agir. Prepare-se. Adorne-se.

“Eu sou do meu amado,
E o meu amado é meu;
Ele descansa entre os lírios.” (Cântico dos Cãnticos 6:3)

Você é de Jesus. Ele é seu. Só uma pessoa pode acabar com essa história de amor: você.
Assim como no casamento, o amor a Deus precisa ser cultivado todos os dias. Esse amor deve ser confirmado com palavras e atitudes. Então, o que você está esperando? Diga ao se Amado que você é dEle e que Ele é seu. Tenha momentos de adoração através da oração e louvor. Separe um tempo. Esteja com Ele. Celebre Jesus na sua vida e encha o seu coração de alegria.

Escrevi essa mensagem enquanto ouvia a música Vem minha Noiva do Ministério Casa de Davi. Essa canção refere-se à noiva como a igreja, mas também como todos os rejeitado por esse mundo. A noiva de Jesus não é aquela que se apresenta bem por fora, mas aquela que deseja ser adornada por Ele.
Para finalizar, se você perdeu o Noivo, chame-O. Ele deve estar esperando.  

Bom fim de semana (com o Noivo)
Luisa


Para refletir: Um retrato que pode ser o seu

Todos os dias era a mesma coisa. Lurdes levanta e prepara-se para mais um dia de trabalho. Não tem expectativas, sabe que tudo o que a espera é a rotina. Acorda, olha ao redor e depara-se com a simplicidade de sua casa. Desanima-se.
O velho sofá herdado da mãe que falecera há seis meses. Desbotado, sem graça, ainda guardava o cheiro de dona Marilda. O vaso de folhagens murchas, o copo vazio do café que tomara antes de deitar, calçados pela sala. Tudo isso só demonstrava seu estado atual: viver um dia após o outro.
Chega à mesa para tomar café e depara-se com o bilhete do filho. “Mãe, a mensalidade do cursinho está atrasada. Precisamos resolver isso, logo.” Suspira e pensa em Vítor, menino estudioso e empenhado a conquistar os sonhos. É por ele. Só por ele que Lurdes continua naquele trabalho horrível. Vítor é o presente que a vida lhe deu.
Lurdes sabe que tem que sair para trabalhar. Tem que chegar cedo à padaria onde faz salgadinhos. O cheiro da fritura já está impregnado nos cabelos e roupas. Ela sai da padaria, mas a leva junto. Tem impressão que todos sentem o cheiro de óleo, farinha e ovos quando ela passa.
Do ponto de ônibus, Lurdes visualiza a casa lotérica. Por que não tem coragem de apostar? O que custa tentar a sorte uma só vez? Seu desânimo denuncia que tem medo até mesmo de arriscar.  O que a deixou assim? A doença da mãe, a morte precoce do marido quando completavam dois anos de casamento? A falta de oportunidade de estudar? Talvez não tenha sido escolhida para brilhar, como algumas pessoas que conhece.
Os carros passam. Mulheres bonitas os dirigem. Usam lenços no pescoço, pulseiras e muito rímel. Olha pra ela. Abrigo, camiseta “Padaria Doces Sonhos” e as unhas por fazer. “E se acertasse os números? Será que mudaria? Perderia o cheiro de óleo?” Pelo menos Vítor compraria o tênis que tanto deseja. Um só não. Muitos.
O ônibus para pra ela. Não precisa nem acenar. Já faz oito anos que pega o ônibus no mesmo lugar e tanto os motoristas, quanto os passageiros já a conhecem. Porém, desta vez ela deixa o ônibus passar. Decide arriscar os números. Chega à lotérica, compra o bilhete, faz sua aposta e pega o próximo ônibus.
No trajeto faz planos. Trocar o sofá. Alisar os cabelos. Tirar carteira de motorista. Comprar uma casa com piscina. Ter funcionárias e nunca, nunca mais comer frituras. Imagina a hora de contar a novidade para o filho. Com abraços e pulos de alegria comprariam passagens para a Espanha. Vítor torce pelo Barcelona.

Termina o expediente e Lurdes corre para conferir os números. Não foi desta vez. Nem perto. Tudo bem, ela sabia que arriscar é tempo perdido. Falando em perder, a ousadia a fez perder as passagens de um dia de frituras, ou seja, de trabalho. Tudo igual, ônibus de volta pra casa, sofá velho, café morno e contas para pagar.
Tudo igual nada. Na bolsa, nossa protagonista ouve o celular. É Vítor. O filho, aluno exemplar, ganha um bolsa de estudos em Barcelona. Esperanças reacendem. O destino cuidara para que Vítor brilhasse e, se ele brilhar, já está tudo resolvido pra ela. Volta a fazer planos.
Arrumar a mala de Vítor, comprar o tênis parcelado em cinco vezes. Ele precisa estar bem vestido para estudar em um lugar importante.  Providenciar um celular com promoção para os dois. Aguardar emails e telefonemas todos os dias. Arrumar a casa para esperá-lo. Ligar para as tias e contar a novidade.

No outro dia começa tudo de novo. Bate o ponto. Farinha, ovos, fermento... 

Luisa Neves